CBA tem aumento do volume de vendas e melhora na estabilidade operacional

Por Conexão Mineral 12/03/2024 - 21:23 hs
Foto: CBA
CBA tem aumento do volume de vendas e melhora na estabilidade operacional
No segundo trimestre de 2023, a CBA anunciou o alongamento do cronograma dos projetos de expansão

A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) registrou nos últimos três meses de 2023 uma melhora na performance financeira em comparação ao trimestre anterior, com aumento do volume de produção – operando em níveis bem próximos da normalidade - e o preço médio do alumínio na LME (London Metal Exchange) em U$ US$ 2.190/tonelada, ligeiramente superior ao terceiro trimestre (US$2.154/t).

O EBITDA atingiu R$ 102 milhões no trimestre, 2,2 vezes superior ao EBITDA do terceiro trimestre de 2023. O valor é reflexo do maior volume de vendas no período, de 128 mil toneladas no quarto trimestre ante às 119 mil toneladas do terceiro trimestre, resultando no aumento de 2% na receita líquida, que atingiu R$1,9 bilhão no período, combinado com a redução de 4% no custo dos produtos vendidos, que encerrou o trimestre em R$1,9 bilhão.

Apesar da melhora na performance financeira, a companhia registrou prejuízo líquido de R$ 586 milhões no quarto trimestre de 2023, ante o prejuízo de R$263 milhões do terceiro trimestre de 2023, e de R$ 80 milhões em relação ao mesmo período de 2022. O maior prejuízo em relação aos períodos comparados se deve, principalmente, ao ajuste na marcação a mercado dos contratos futuros de energia. 

Durante a revisão das projeções do balanço energético da Companhia, constatou-se um menor consumo de energia elétrica esperado para os próximos anos, em função da postergação da entrada em operação da Sala Fornos 1, prevista no plano de investimentos. Como consequência, houve um volume maior de excedente de energia nos próximos anos, marcado a mercado, resultando em um valor justo de R$639 milhões negativo, efeito já líquido das realizações do balanço de energia no trimestre, sendo contabilizado em Outras receitas (despesas) operacionais líquidas, e parcialmente compensado pela variação positiva no imposto de renda e contribuição social do período. Importante ressaltar que a marcação a mercado do volume excedente de energia é um efeito contábil, pontual, que varia de acordo com o preço de energia no mercado e volume excedente e que, caso ocorra a retomada do plano de expansão da produção, melhora nas condições de preço de energia no mercado ou outros eventos atrelados ao balanço energético da CBA, esse valor poderá ser revertido. Esse também é um dos ajustes considerados no EBITDA ajustado.

Desempenho

As vendas de alumínio primário totalizaram 77 mil toneladas no quarto trimestre do ano, um aumento de 15% em relação ao 3T23 e de 24% em relação ao 4T22. Este foi o melhor trimestre do ano em volume de vendas e, em comparação a ambos os períodos, sendo a maior contribuição o aumento de lingotes, além da melhor demanda de produtos VAP.

As vendas de alumínio transformado totalizaram 32 mil toneladas no quarto trimestre do ano passado, com aumento de 3% em relação ao terceiro trimestre, e uma queda de 3% na comparação com o mesmo período de 2022. O aumento dos volumes em comparação com o trimestre anterior é decorrente das vendas de perfis extrudados para os setores de transporte e construção civil. Para este último setor, o resultado mais expressivo ocorreu nos últimos três meses, pela atuação da CBA no atendimento à demanda de edifícios de médio e alto padrão, através da linha Primora, beneficiando a rentabilidade do negócio. Já a queda em relação ao ano anterior se deve à menor demanda em folhas, refletindo a competição com produtos importados.

Projetos

No segundo trimestre de 2023, a CBA anunciou o alongamento do cronograma dos projetos de expansão, considerando que são iniciativas modulares, e a continuidade para 2024 da instalação de filtros-prensa para disposição de resíduos a seco na barragem do Palmital, na cidade de Alumínio, e produção adicional de alumínio a partir da reciclagem. 

No campo da Inovação, a CBA avança no projeto “Battery Foil”, que visa o desenvolvimento de uma folha de alumínio para aplicação em baterias de íons-lítio, servindo como condutora de corrente elétrica, assim permitindo um fluxo eficiente dentro da bateria, com foco no mercado de baterias automotivas. Atualmente, essas baterias são importadas. A tecnologia desenvolvida pela CBA abre oportunidade para que o país possa vir a ter fabricação nacional desta solução. A ideia é que, ainda em 2024, seja possível dar início à fabricação dos protótipos de bateria “pouch cell”, um tipo de bateria que apresenta design flexível e plano, em formato de bolsa.

Nas frentes ESG, a CBA segue avançando. No seu primeiro ano de participação ativa no Corporate Sustainability Assessment (CSA) – S&P, atingiu a 4ª posição com a nota 40% acima da média do setor. Além disso, foi selecionada pelo segundo ano consecutivo para compor a 19ª Carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3 (ISE B3), evoluindo da 5ª para a 3ª posição, composta por 78 companhias de 36 setores.

Mercado

A demanda de alumínio no mercado brasileiro apresentou, no quarto trimestre de 2023, desempenho melhor do que no terceiro e no mesmo patamar em relação ao mesmo período de 2022, refletindo uma melhor estabilidade das condições econômicas no país. Os setores que apresentaram maior crescimento foram os mercados de construção civil e de veículos leves, principalmente em função da melhora e facilitação nas condições de financiamento. No setor de bens de consumo, houve maior demanda de ar-condicionado e eletrodomésticos em geral e, no setor de embalagens, verificou-se aumento da demanda de latas, embalagens plásticas e vidros. Esses efeitos refletem o final de ano, recebimento do 13º salário e redução das taxas de juros, que influenciaram no aumento da confiança do consumidor.

No mercado global, o foco tem sido a demanda. O aumento das taxas de juros nos Estados Unidos e Europa impactou negativamente a demanda durante o ano. O setor de construção civil na China acelerou de forma mais lenta que o esperado após a reabertura dos mercados, o que também contribuiu para uma demanda mais arrefecida. Parte dessa demanda mais fraca foi compensada pela transição energética, que teve uma demanda mais acelerada que o esperado.

O ano de 2023 encerrou com superávit de 574kt no balanço de oferta de demanda de alumínio. Com exceção de 2020, o ano da pandemia, este é o primeiro superavitário desde 2018 no mercado de alumínio. O ano finalizou com 51 dias de estoque em dias de consumo, considerando os estoques totais, sendo esse o segundo menor patamar desde 2007.